segunda-feira, 28 de julho de 2014

Um sonho que tomou forma

Finalmente, o observatório está usável!

É um sonho que toma forma real.

Lembro que meu primeiro contato com a astronomia foi com a visualização do Halley em 86 (eu tinha 5 anos na época). Meu pai me acordou de madrugada, abriu a janela do quarto e apontou uma manchinha bem fraquinha no céu e disse "olha lá, entre aqueles fios de luz, aquela fumacinha. Aquele é o cometa Halley, e só vai aparecer de novo daqui 70 e poucos anos".

Aquilo me deixou a pensar... o que era aquilo? E porque demoraria tanto tempo para aparecer novamente?

Mais algumas vezes, meu pai me impulsionou no caminho certo. Lembro de algumas vezes ele arrastar um colchão (para o pavor da mãe) e colocar no pátio dos fundos, para observarmos estrelas cadente.

Quando tinha uns 12 anos, encontrei alguns livretos sobre astronomia em sua coleção de livros. Eram fascículos sobre o universo, planetas, nebulosas, e como os observar. (Não recordo o nome, mas irei pesquisar!) Lembro de duas partes que me atiçaram a imaginação: uma era como a nebulosa de Orion era vista a olho nu, com binóculos, pequeno telescópio (60mm) e grande telescópio (150mm). Incrível! Eu queria ver aquilo! E a outra era a mesma simulação, mas com saturno!

Aos 14 anos, fui na biblioteca pública de Novo Hamburgo e li tudo que havia disponível sobre telescópios e astronomia. Com isso descobri que para fazer um telescópio, bastavam duas lentes e um tubo!

Foi eu em uma ótica encomendar uma lente de 60mm e 1 metro de distância focal! A lente ocular eu tinha, era uma de 25mm de uns 50mm de distância focal.

Meu primeiro telescópio foi um feito de tubo de papelão grosso... quando apoiei na janela do quarto e apontei para o céu, me maravilhei, pois conseguia ver muuuito mais estrelas que a olho nu!

O primeiro aglomerado que "descobri" por acaso foi o falso cometa em escorpião, NGC6231!

Um ano depois consegui com que um ótico da cidade fizesse um "dubleto" de 75mm. Eu só não sabia que precisavam ser de tipos de vidro diferentes para servir para alguma coisa.

Era amarrado em tripé para microfone! Não durou muito tempo assim, pois era muito instável!

Até que enchi o saco de minha mãe para que ela comprasse um tripé fotográfico! Esse sim, mudou a observação! Muito mais estável, muito prático mesmo. Não era o bicho, sofria de aberração cromática violenta, qualquer brisa o fazia oscilar demais!

Mesmo assim, serviu durante muito tempo na exploração do céu!

Uns dez anos depois construí um refletor de 8", mas não consegui aproveitar muito, vivendo e apartamento no centro da cidade, sem carro, o bicho pesadooo... ficou muito tempo encostado até que vendi.

E então chegou o Genghis Khan, o GSO de 12" que já trouxe muitas felicidades ao seu dono anterior!

E hoje, está instalado!




Ainda faltam os acabamentos menores, mas já está funcional!


Aproveitei alguns móveis usados que iriam para o lixo e construí uma mesa para o computador:


Tem uma gaveta para equipamentos também.

E uma prateleira para oculares e filtros em uso (com borda, claro!)



Agora é esperar escurecer para tentar alinhar a montagem equatorial!

Que venham noites escuras e céus transparentes, pois o Observatório Eimer Sternen está ONLINE!



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